Na manhã do domingo, dia 25 de abril, na Praça da República, o público presente próximo ao Theatro da Paz foi brindado com um concerto de uma orquestra de choro. O evento é uma homenagem ao Dia do Choro, festejado todo ano no dia 23 de abril, data de aniversário de Pixinguinha (1897-1973), um mestre neste que é considerado o mais brasileiro dos gêneros musicais.
Mosqueiro marcou presença nesse importante evento, já que esteve por lá o grupo Chorando pra Cachorro, representado por Evandro Praia (violão 6 cordas), Leandro Moraes (surdo e cavaco), Jorge Bíndalos (violão 7 cordas) e Denílson Machado (flautas e saxofone). Os outros componentes do grupo, que não puderam estar presentes, são: Lauro Pantoja (cavaco), Ronaldo Andrade (bandolim) e Dico Medalha (pandeiro). Familiares e amigos dos músicos puderam também ir até lá no mesmo ônibus que levou e trouxe o grupo, ajudando com uma contribuição simbólica, no que foram apoiados pelos senhores Elídio Machado e Amândio Ribeiro.
A orquestra contou ainda com componentes de outros grupos de chorões de Belém, como o Charme do Choro, Sapecando no Choro, Corda Solta, Gente de Choro, Clave da Lua e Choramingando, todos eles apoiados pelo projeto Casa do Choro, da Secretaria de Estado de Cultura, via Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. O palco ficou pequeno, para caber tantos músicos, entre homens, mulheres e até crianças. O repertório foi variado, com execução de composições de Pixinguinha, de Yuri Guedelha, de Adamor do Bandolim, entre outros mestres do choro.
Felizmente, Belém é agora a 3ª força do choro no Brasil, contando com um veloz crescimento do número de músicos e grupos do gênero, graças, em muito, ao apoio institucional e a figuras inspiradoras, como Adamor do Bandolim (compositor e grande incentivador do choro em Belém), Paulinho Moura, idealizador do projeto Casa do Choro, entre outras pessoas ligadas ao choro na capital do Pará.
Só quem esteve por lá pôde ver, ouvir e dançar ao ritmo de acordes vibrantes, coisa bem rara de acontecer nesse deserto cultural que muitas vezes se instaura em nossa cidade e em nosso estado. E quem pensa que choro é coisa de gente idosa, muito se engana, pois estavam por lá gente de todas as idades, entre crianças, adolescentes, adultos e pessoas da melhor idade. Todos embalados pela música dos mestres do choro.
Os músicos do Chorando pra Cachorro, ao representarem Mosqueiro nesse evento, enchem a Ilha de orgulho, ilha em vários sentidos, muitas vezes isolada culturalmente, sem quase nenhuma perspectiva para seus habitantes, que amargam um vazio bem grande nesse setor. (por Alcir Rodrigues)
Acima, da esquerda para a direita: Leandro, Evandro, Denílson e Jorge Bíndalos
O Blog trata de temas ligados à Ilha de Mosqueiro, mas não por isso pretende se isolar em um localismo infrutífero; em vez disso, procura inserir a Ilha como um lugar no mundo, enfatizando suas singularidades;por outro lado, também objetiva divulgar minhas reflexões sobre língua, linguagem e pensamento, literatura e artes em geral, além de assuntos diversos,sempre procurando revelar traços ideológicos nas entrelinhas do tecido textual, na tentativa de ser o mais coerente possível.