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sábado, 17 de setembro de 2016

Poema autoral: Epifania

O hálito da aurora matinal
traz consigo uma voz
ressurgida de imemoriais
tempos,
que se direciona a mim
        em sonoros vaticínios...
                               ...
Um dia descerás do monte
e a solidão não será mais
tua companheira;

e a friagem da brisa
        do alvoraecer

despertará o espírito
de caminhante adormecido
         em ti;

E a reverberação irisada
dos raios do Sol
encantará teus olhos

que, se emudeceram por anos,
serão eloquentes faróis
sorrindo às águas tépidas

do córrego, ao pino do Sol
no acariciar da epiderme
de teus pés, condutores
desse teu espírito
quase a levitar
no rumo da planície

habitada por aqueles
ingratos irmãos
por certo esquecidos de
que são uma corda atada, apenas...

E o animal e o além-do-humano
tudo farão para te seduzir
neste cabo-de-guerra

disputado entre
o ontem
e o amanhã...

... elidindo o sentido do hoje,
do carpe diem 
                       ...

Na mente, a voz ainda me soa
com certo timbre e sentido...
... semelhando um sussurro...

a evocar-me uma imagética
em relativa dissolução, confundindo-me
entre dicções de Khalil Gibran,
                      Nietzsche
e Omar Khayyam.



sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Poema sobre mosqueiro

                Oásis Mosqueiro

Ainda lembro daquelas tardes em Mosqueiro
Na orla fervendo apinhada de gente
E o trio que levava o mundo pra frente
Do lado da praia, até fevereiro,

Lembro das chuvas nas tardes cinzentas,
Da bola parando em poças de areia
E o garoto novo que aos peixes margeia
Armando ciladas, ah!, sempre tão lentas.

Recordo estações: caju e pescada,
Do tempo das pacas, jambo e acerola,
Das ondas surfadas na breve marola.
Tempos de criança, de brincar na calçada.

No gasto arraial sem roda gigante
As belas barracas das Donas de Mingaus,
Que tantos provei em outras naus
Mas só aqui achei sabor tão instigante.

Da ponte que corria até o meio do mar
Buscava, dos barcos, ribeirinho e turista,
De noite eu pensava ser só uma pista
Feita na medida pra pescar e namorar.

Tinha a estação da chuva, que era verão
E a estação das secas, que era inverno.
Boas horas de sossego quase eterno
Que às vezes pergunto: não fora ilusão?

Mosqueiro tão bela, a ilha-cidade,
Prendada de dotes pra quem lá morava.
Na volta das férias a saudade chorava
Do sonho hibernando e o acordar da realidade.

Referências:

Autor: Assis Oliveira.
Revista: Tucunduba: arte e cultura em revista. UFPA, 2010, n. 1. ISSN  2178-4558, p. 45.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Postal de Mosqueiro enviado em 1907

“Outra vista da Praça Matriz, em Mosqueiro, ornamentada para dia de festa.” (Coleção Victorino Chermont de Miranda). (BELÉM DA SAUDADE, 1998, p. 258). Informações compiladas in: MENEZES NETO, Geraldo Magella de. O ensino de História local a partir de fotografias: relatos de experiência no ensino fundamental no distrito de Mosqueiro-PA.  Revista Labirinto, Porto Velho-RO, Ano XV, Vol. 22, p. 91-104, 2015. ISSN: 1519-6674.

Esse postal retrata, na 1.ª década do séc. XX (vide data manuscrita: 20/2/907; ou seja: 20 fev. 1907), a Praça da Matriz de Mosqueiro, que de fato, hoje, é a Praça Cipriano Santos, ao lado da Praça Princesa Isabel, separada desta pela R. Juvêncio Gomes da Silva (homenagem ao primeiro carteiro de Mosqueiro). Destaque se dê aos trajes distintos de cavalheiros, damas e crianças, como se estivessem saído recentemente da missa dominical.

 Frente do postal

Verso do Postal

Print do sítio de leilões de onde baixamos as imagens


Resolvemos repetir este postal em nova postagem, desculpando-nos o trocadilho, por causa de seu escaneamento nítido, pois nele é possível analisar melhor cada detalhe do cenário: o espaço da praça, as pessoas (homens, mulheres, crianças), os prédios no plano de fundo, entre outros detalhes, além do nome da remetente, do destinatário e endereçamento. Trata-se de um documento de época.