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sábado, 17 de setembro de 2016

Poema autoral: Epifania

O hálito da aurora matinal
traz consigo uma voz
ressurgida de imemoriais
tempos,
que se direciona a mim
        em sonoros vaticínios...
                               ...
Um dia descerás do monte
e a solidão não será mais
tua companheira;

e a friagem da brisa
        do alvoraecer

despertará o espírito
de caminhante adormecido
         em ti;

E a reverberação irisada
dos raios do Sol
encantará teus olhos

que, se emudeceram por anos,
serão eloquentes faróis
sorrindo às águas tépidas

do córrego, ao pino do Sol
no acariciar da epiderme
de teus pés, condutores
desse teu espírito
quase a levitar
no rumo da planície

habitada por aqueles
ingratos irmãos
por certo esquecidos de
que são uma corda atada, apenas...

E o animal e o além-do-humano
tudo farão para te seduzir
neste cabo-de-guerra

disputado entre
o ontem
e o amanhã...

... elidindo o sentido do hoje,
do carpe diem 
                       ...

Na mente, a voz ainda me soa
com certo timbre e sentido...
... semelhando um sussurro...

a evocar-me uma imagética
em relativa dissolução, confundindo-me
entre dicções de Khalil Gibran,
                      Nietzsche
e Omar Khayyam.



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