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domingo, 26 de junho de 2016

Um contributo à cultura da Ilha do Mosqueiro

Vejam o que encontramos sobre o Carnaval de Mosqueiro, em 1985, nestes Cadernos de Cultura: são letras (cifradas) de sambas de agremiações carnavalescas, Como o Unidos do Chapéu-Virado, a Universidade de Samba Piratas da Ilha e o Bloco Carnavalesco Os Peles-Vermelhas.










Na atualidade, o Unidos do Chapéu-Virado não existe mais, assim como Os Peles_Vermelhas não são mais bloco, agora a denominação é Escola de Samba Os Peles-Vermelhas.






sábado, 25 de junho de 2016

Um dos meus poemas prediletos: Caminho de Marauh, de Antonio Juraci Siqueira

Caminho de Marauh
-- Sobre uma fotografia de Max Martins nas areias do Marauh--

Aonde vais
estranho peregrino
com teus sonhos de mar?

Onde estão teus irmãos
e quantos tentam
roubar teu travesseiro recheado
de estrelas e navios?

Prossegue sem temer que teu cajado
conhece a poesia desse caminho
que nasce, sempre, quando o Sol descansa
e se desfaz a cada amanhecer.

As pedras conhecem teu destino
o vento afaga as rugas do teu rosto
e a areia soletra tua mudez

mas só teus olhos ternos de poeta
conhecem os segredos do caminho
que te leva ao coração de marauh.

Printe extraído do Blog do Boto   Disponível em: https://www.blogger.com/profile/16364111055912882456. Acesso em: 26 jun. 2016. Link abaixo:
http://blogdobotojuraci.blogspot.com.br/

 Cremos que a foto a que se refere Antônio Juraci Siqueira é esta, abaixo:

Foto: Octavio Cardoso
Imagem disponível em:


Uma foto autoral

Foto clicada em 14 de setembro de 2008, no rio Pratiquara, quando um grupo de escritores iria participar de um evento no anexo da Escola Municipal Remígio Fernandez. O anexo se chama Prof.ª Maria Clemildes, localizado na já centenária comunidade do Caruaru. O evento era destinado a crianças da comunidade. Consistia em contação de histórias, declamação de poemas, brincadeiras de roda e dramatizações, inclusive com protagonismo da criançada envolvida nas apresentações, algumas criadas por elas. Foi Muito bom. Abaixo, segue a foto autoral, com outras a seguir, comigo ali, numa espécie de barracão do centro comunitário:

Foto autoral



Fotos com as crianças



É sempre muito salutar estar junto com a criançada. É revitalizante. Rejuvenecedor. A comunidade é acolhedora. O lugar, belíssimo. Lembrando que o almoço foi açaí com camarão e charque frito. Tudo perfeito. Tudo maravilhoso. O grupo de escritores tem por nome Grupo Extremo-Norte, lembrando a obra de Dalcídio Jurandir, grande romancista marajoara. Entre os escritores, estiveram lá Rui do Carmo, Rita Melém, entre tantos outros.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Topografias poéticas


Em 20 de julho de 2008, em Ouro Preto, antiga Vila Rica (Patrimônio Histórico e Artístico Mundial declarado pela Unesco), estive na frente da casa de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu, publicado em três partes ( em 1792, em 1799 e em 1812).
Pena que o local estava fechado. Sente-se uma emoção um tanto indefinível ao visitar os lugares de certos autores que se admira. Por certo, que não sei bem explicar. talvez uma lira do poeta pudesse dar alguma ideia sobre esse sentimento.


                                     (Foto clicada por minha esposa, Helen, minha "Marília")



Lira XIX 

Enquanto pasta alegre o manso gado,
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
na regular beleza,
que em tudo quanto vive nos descobre
a sábia Natureza.

Atende como aquela vaca preta
o novilhinho seu dos mais separa,
e o lambe, enquanto chupa a lisa teta.
Atende mais, ó cara,
como a ruiva cadela
suporta que lhe morda o filho o corpo,
e salte em cima dela.

Repara como, cheia de ternura,
entre as asas ao filho essa ave aquenta,
como aquela esgravata a terra dura,
e os seus assim sustenta;
como se encoleriza,
e salta sem receio a todo o vulto,
que junto dele pisa.

Que gosto não terá a esposa amante,
quando der ao filhinho o peito brando
e refletir então no seu semblante!
Quando, Marília, quando
disser consigo: "É esta
de teu querido pai a mesma barba,
a mesma boca e testa."

(...)

Que prazer não terão os pais, ao verem
com as mães um dos filhos abraçados;
jogar outros a luta, outros correrem
nos cordeiros montados!
Que estado de ventura:
que até naquilo, que de peso serve,
inspira Amor doçura!


Publicado no livro Marília de Dirceu: Parte I (1792).

In: GONZAGA, Tomás Antônio. Obras completas. Ed. crít. M. Rodrigues Lapa. São Paulo: Ed. Nacional, 1942. (Livros do Brasil, 5)

Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/tomaz1.html. Acesso em: 24 jun. 2016.

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 Foto da minha esposa, ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, obra de Aleijadinho, com pinturas de Mestre Ataíde, em um estilo Barroco Rococó. Também ali perto da Casa de Tomás Antônio Gonzaga. Lógico, que fica também em Ouro Preto. Foto clicada também na mesma data:



Curiosidades da língua portuguesa. Para quem não conhece o Glossário paraense

Abaixo, capa do Glossário paraense. Livro raro, de Vicente Chermont de Miranda, publicado pela primeira vez em 1905.




Do livro, selecionamos o seguinte verbete, como curiosidade:
" TEUA, DEUA ou TUBA -- Sufixo tupi; corresponde ao al português em laranjal, pedregal. Lugar onde abunda qualquer espécie animal ou vegetal. Arumandeua, Ararandeua, Pacateua, Açaiteua, Mucajatuba, Carananduba." (MIRANDA, Vicente Chermont de. Glossário paraense: coleção de vocábulos peculiares à Amazônia e especialmente à ilha de Marajó. Belém: UFPA, 1968, p. 88. Coleção Amazônia -- Série Ferreira Pena)

Obs.: neste caso, atualizamos a escrita de alguns vocábulos para o sistema ortográfico vigente: no livro, a grafia de alguns termos aparece assim: TÉUA, DÉUA; Arumandéua,  Ararandéua, Pacatéua.

Um contributo a uma futura História da Ilha de Mosqueiro

Chama-se atenção para a data, 15 de agosto de 1893. Trata-se de uma espécie de cabeçalho do jornal, na 1.ª página. Veja-se que a República Federativa do Brasil, nome atual do nosso país, era, na época, República dos estados Unidos do Brasil. Só desvela, para nós brasileiros, o quanto nossas autoridades tinham de pensamento tacanho, meramente copiando um nome dado a um outro país, hoje imperialista e dominador de outros, como o nosso.



Observe nesta notícia recortada abaixo, na página 2 deste jornal, pelos sobrenomes, que famílias já tinham tornado o Mari-Mari seu torrão natal. Hoje, há uma numerosa descendência que dá continuidade à herança cultural de seus patriarcas e matriarcas que habitaram tais agradáveis paragens à margem desse importante rio daqui da Ilha. 



Na atualidade, a Praia Grande se encontra um pouco à margem dos processos de benesses promovidos pelo poder público, mas ainda é, sem dúvida nenhuma, um dos lugares mais agradáveis para se viver na Ilha, embora o atual estado da orla, com vossorocas das enxurradas provocando erosões nas falésias e tornando perigosa e quase intransitável (pelo menos em certos trechos) a Avenida Beira-Mar (que, é bem verdade, deveria se chamar Beira-Rio-Mar). O anúncio é um recorte da página 3 do jornal referido acima.






terça-feira, 21 de junho de 2016

Rua veiga Cabral, Mosqueiro: curiosidade

Você conhece a origem do nome da rua da creche do Maracajá, que se chama Veiga Cabral?

"Veiga Cabral

Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho. Foi o chefe dos patriotas que defenderam a soberania do Brasil, no Amapá, quando da invasão dos franceses.
Esse rasgo de coragem e altivez deu-lhe justo prestígio em todo o País, tendo sido recebido no Rio de Janeiro, como autêntico herói nacional.
Nasceu em 5 de maio de 1861 e faleceu a 18 de maio de 1905. Anteriormente, esta rua [neste caso, refere-se a Belém, não a Mosqueiro] teve o nome de Santo Amaro."

Referência: CRUZ, Ernesto. Ruas de Belém ( significado histórico de suas denominações). Belém: Conselho Estadual de Cultura, 1970, p. 47.


Livro de Ernesto Cruz, de onde extraímos as informações.


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Link para acessar imagem e livro digitalizado:
https://fauufpa.org/2014/04/06/ruas-de-belem-significado-historico-de-suas-denominacoes-por-ernesto-cruz/

                               Imagem da Rua Veiga Cabral, extraída do Google Street View


sábado, 18 de junho de 2016

Um encantador e raro postal de Mosqueiro


Frente


Verso


Estamos investigando data e ângulo: cremos, no momento, que a foto foi clicada no sentido de Mosqueiro em direção à margem do Furo das Marinhas em Santa Bárbara.
Lindo postal. Não acha?

Um dos meus poemas prediletos: Fraga e sombra, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)



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Fraga e sombra

A sombra azul da tarde nos confrange.
Baixa, severa, a luz crepuscular.
Um sino toca, e não saber quem tange
é como se este som nascesse do ar.

Música breve, noite longa. O alfanje
que sono e sonho ceifa devagar
mal se desenha, fino, ante a falange
das nuvens esquecidas de passar.

Os dois apenas, entre céu e terra,
sentimos o espetáculo do mundo,
feito de mar ausente e abstrata serra.

E calcamos em nós, sob o profundo
instinto de existir, outra mais pura
vontade de anular a criatura.

                     ***
 Como não adorar este poema?

Referência: ANDRADE, Carlos Drummond. Claro enigma. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 59.


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Um belo e nostálgico postal da Praia Grande, em Mosqueiro: local emblemático para toda uma geração

Abaixo, um postal da da Praia Grande, na ilha de Mosqueiro, com vista no sentido norte-sul, ou seja, do Farol em direção à Vila. Como se pode ver, está datado de 1977. Abaixo, incluímos duas páginas, a n.º 6 e a n.º 7 do livro de Wilson Amanajás, denominado de Mosqueiro, datado de 1976, publicado pela Imprensa Oficial do Estado - Belém-Pa.




                                                                              ***



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Artigo científico de minha autoria

LEITORES E PRÁTICAS DE LEITURA EM PONTE DO GALO, DE DALCÍDIO JURANDIR

         Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues[1](UFPA)
           

RESUMO

            O objetivo fundamental deste texto é analisar os personagens leitores no romance Ponte do Galo (1971), do romancista paraense Dalcídio Jurandir, a partir de um prisma delineado em princípio pelo estudioso Hans Robert Jauss, que proferiu uma aula inaugural na Universidade de Constança, na Alemanha, em 1967, denominada  de A História da Literatura como provocação à Teoria Literária. Seria o início efetivamente do que hoje é chamado de Estética da Recepção, uma importante corrente crítica dos Estudos Literários, renovadora no que diz respeito a preconizar uma restauração dos métodos de pesquisa da História da Literatura, valorizando finalmente o leitor como aquele que dá sentido à leitura da obra, seja no momento em que é impressa e lançada no mercado consumidor, ou quando é atualizada em novas releituras em épocas futuras, atribuindo a ela sentidos que variam em decorrência do que ficou conhecido como  horizonte de expectativa. A partir do estudo dos personagens, damos atenção ao tratamento dado aos leitores no romance (se são vistos de modo eufórico ou disfórico), focalizamos suas práticas de leitura (o que lêem, em que ocasião, onde, como, por quê e para quê), na temporalidade e espacialidade ficcionais, procurando observar, com cautela, os dados, já que todo romance é, a priori, fictício, apenas representando o mundo real, de modo verossimilhante, com base neste, contudo, sem estar preso rigidamente às suas regras; mas que são (a realidade e a ficção) mundos co-existentes, e podem coincidir, em muitos aspectos, por conta de um acordo tácito entre leitor e autor acerca da coerência interna que o mundo da ficção deve conter.
ABSTRACT

            The fundamental objective of this text is the analysis of reader characters inside of Ponte do Galo, novel written by Dalcídio Jurandir, Pará novelist, following a prism that was constructed in beginning for the studious Hans Robert Jauss, when uttered an inaugural class at Konstanz University, at German, in 1967, called for him Literature History as a provocation to the Literary Theory (in German: Literaturgeschichite als Provokation). It would be the beginning effectively of that now is nominated reception’s aesthetics (Rezeptionsästhetik), an important critical current of Literary Theory, with new ideas about a restoration of the search methods to Literature History, valorizing finally  the reader as who gives mean to the text, in the moment when it is impressed and published at consumer market, or when it is re-read in the future, attributing to the written work different and new means, because of  the expectation horizon (Ewartungshorizont). After we make the study of characters, we pay attention to treatment given to the readers in novel (if they are seen of positive or negative manner), examine your reading practice (what they read, in what occasion, where, when, how, why and what for), in fictional time and space, looking for verify with caution the data, because all novel is, beforehand, fictitious, it just represents the real world, of  verisimilar way, with base in this world, of course, but it is not severely prisoner of  its rules; however  they are ( real and fiction) coexistent worlds, and that’s why can coincide in very aspects, on account of a tacit agreement between reader and author about intrinsic coherence that fiction world must contain.


1 Zilberman, Piglia, Chartier e Umberto Eco: subsídios para uma leitura de Ponte do Galo

            A revista EntreLivros, de julho de 2007, traz como matéria de capa “Os 30 mandamentos para começar a ser leitor, escritor e crítico”, da qual extraímos o excerto abaixo (do “Decálogo do leitor”), para ilustrar a relevância deste nosso estudo, neste momento:

Nunca leia por hábito: um livro não é uma escova de dentes. Leia por vício, leia por dependência química. A literatura é a possibilidade de viver vidas múltiplas, em algumas horas. E tem até finalidades práticas: amplia a compreensão do mundo, permite a aquisição de conhecimentos objetivos, aprimora a capacidade de expressão, reduz os batimentos cardíacos, diminui a ansiedade, aumenta a libido. Mas é essencialmente lúdica, é essencialmente inútil, como devem ser as coisas que nos dão prazer [2].

           
   Ao estudarmos a obra dalcidiana, do chamado Ciclo do Extremo Norte, para a pesquisa de Dissertação de Mestrado Espaço ficcional no romance Ponte do Galo, de Dalcídio Jurandir, conhecido como o Romancista da Amazônia [3] , constatamos que a obra-início do ciclo, Chove nos campos de Cachoeira (1941), faz como que uma apologia à leitura, por intermédio de seus personagens leitores, como por exemplo, Eutanázio, que cita entre outros livros de grande vulto do século XIX o ensaio filosófico As dores do mundo, do germânico Arthur Shopenhauer [4], e O conde de Monte Cristo, do francês Alexandre Dumas [5]. Mas nossa obra-corpus é Ponte do Galo, publicada em 1971, trinta anos depois, sétima do ciclo, e é tal romance a pertinência desta atual pesquisa nossa, a tratar de leitores e suas práticas de leitura na narrativa analisada.
            Segundo Regina Zilberman [6], o tratamento dado na literatura para personagens leitores de obras ficcionais só recentemente ganhou, da parte dos autores (nacionais ou estrangeiros), benevolência, já que antes esses personagens eram vistos ou como fracassados na vida ou como obsessivos e compulsivos por alguma espécie de ‘pecado capital’, ou mesmo como sonhadores utópicos, a combater ‘moinhos de vento’, revoltando-se idealisticamente contra o status quo considerado irreversível. Por causa disso, seria impossível, então, realizar o sonho de uma sociedade mais igualitária, em termos amplos, como questões de dominação política e econômica, bélica, cultural, de gênero sobre gênero, tornando certos ‘leitores’, nas palavras da estudiosa, “[...] seduzido[s] pela fantasia propiciada pela leitura, [e] não consegue[m] lidar com a vida e deixa[m]-se vencer por ela”, como é o caso de D. Quixote e Ema Bovary.
            Das literaturas portuguesa e brasileira também emergem esses tipos de leitores, representados pejorativamente, como por exemplo: Luísa, de O primo Basílio (Eça de Queirós), Estevão e Jorge, de A mão e a luva (Machado de Assis), ou Ana Rosa, de O mulato (Aluísio Azevedo), entre outros personagens leitores, tidos como fracassados, desgraçados, loucos, perdidos... Contudo, assim como em outros países surgiram e surgem personagens leitores tratados benevolamente − vistos como questionadores, engajados em mudar o mundo para melhor, lúcidos e com as questões existenciais, no mínimo, bem resolvidas, que praticam uma leitura que podemos chamar de prazerosa , como o protagonista-leitor, em Se um viajante numa noite de inverno, de Ítalo Calvino (Itália), ou como o livreiro-leitor protagonista, em O Clube Dumas, de Arturo Pérez-Reverte (Espanha), aqui no Brasil, podemos ‘elencar’ alguns personagens de Moacir Scliar, citados por Zilberman: o eu-protagonista de Memórias de um aprendiz de escritor; Paulo, de Os voluntários; Guedali, de O centauro no jardim; e Nicola, de A festa no castelo, para ficar só nestes exemplos.

Procuramos, então, as figurações do leitor na literatura; ou seja, as representações imaginárias da arte de ler na ficção. Tentamos fazer uma história imaginária dos leitores, e não uma história da leitura. Não nos perguntaremos tanto o que é ler, como quem é aquele que lê (onde está lendo, para quê, em que condições, qual é sua história).


            As palavras acima são de Ricardo Piglia [7], e se referem a fatos de literatura em âmbito abrangente, tratando da literatura em geral, diferente de nosso objetivo, restrito a uma só obra. Em todo caso, há uma tipologia variada de leitores elencada por Piglia, que tentaremos sintetizar de modo o mais parcimonioso possível, na ordem de aparência na seqüência textual [8]: 1. O leitor moderno, a viver no âmbito de mundo repleto de signos, de impressos de todo tipo, que deseja coletar e ler (a todos); 2. O leitor puro, para quem a leitura é um modo de vida, bidividido em: a) Leitor viciado, ou seja, o que sofre de compulsão e não consegue parar de ler; b) Leitor insone, que diz respeito àquele leitor sempre desperto, atento a tudo que lê; 3. O leitor como herói trágico, isto é, um obcecado,  um ensandecido por recusar ser considerado derrotado, diante do (possível) desencontro do sentido que busca; 4. O leitor visionário, que nos sonhos se depara com um modo de ler, e lê com o intuito de ser ciente de como viver; 5. O leitor melancólico, como Hamlet após ver um fantasma, que demonstra estar perturbado por pensamentos diversos; 6. O leitor disperso, por ser o que vai lendo vários livros na biblioteca, lê muitos e não apenas um; 7. O leitor detetive, ou literal, que crê piamente no que lê, e em mais nada: um leitor inocente, que cai na armadilha do leitor criminoso; 8. O leitor como criminoso, aquele que usa o lido em benefício próprio, indevido, uma leitura pérfida (seria um leitor perfeito, no sentido de tornar real o que lê e, paradoxalmente, um leitor doente). Cremos que uma outra leitura poderia encontrar outros tipos de leitores, ou nem encontrar esses arrolados, mas outros mais ou menos parecidos, ou totalmente diferentes, dependendo de qual tipo de leitor estaria fazendo essa leitura. Piglia refere-se também a “o outro do leitor”, aquele que não lê, que confronta quem lê, como Sancho Pança [9].
            Piglia refere-se enfaticamente ao leitor borgeano, que seria aquele sempre contemporâneo: criativo, arbitrário, imaginativo. É um leitor perdido entre um emaranhado de signos, até mesmo imaginário entre os livros, estes sendo permanentes, enquanto nós, seres humanos, nos extraviamos. Um leitor para o qual o mais relevante na leitura é a total liberdade, inclusive de ler tudo como se fosse ficção, crer totalmente no poder da ficção [10]. E tratando da leitura, dos modos de ler, “fala” da leitura com autonomia, de ler mal propositadamente, da leitura como tradução, como o ponto entre o imaginário e o real. Além disso, Piglia interessa-se em saber como aos leitores chegam os livros, como ocorre a entrada nos textos. Serão eles encontrados, roubados, herdados, saqueados, etc. Livros que podem ser reais ou imaginários, não importa, mas que põem em funcionamento os níveis e têm funções complexas na tessitura narrativa [11].
            Roger Chartier [12] assinala a importância de duas revoluções na história da leitura: a mudança da prática da leitura oral para a silenciosa e visual, primeiramente, durante a Idade Média; outra seria a ocorrida no século XVIII, na Alemanha, Inglaterra, França e Suíça: triplicação ou quadruplicação da produção de livros, crescimento da quantidade de jornais e sua transformação, o sucesso de venda dos pequenos livros, entre outros fatores, tornaram a leitura mais acessível à população. Da leitura tradicional de acesso limitado a poucos livros, relidos, memorizados e recitados, passou-se a uma nova leitura, mais variada, rápida, e até irreverente. Chartier ainda afirma que

Hábitos mais antigos de leitura mudaram para uma nova forma literária. O romance foi lido e relido, memorizado, citado e recitado. Os leitores eram tomados pelos textos que liam; eles viviam o texto, identificavam-se com os personagens e com a trama. Toda a sua sensibilidade estava engajada nessa nova forma de leitura intensiva. Leitores (que eram freqüentemente mulheres) eram incapazes de controlar suas emoções e suas lágrimas e, com freqüência, tomavam de suas penas para expressar seus próprios sentimentos ou para escrever ao autor como diretor de consciência e guia de suas vidas [13].

            As práticas de leitura, como tudo na vida, sofrem mutação. E é ele de novo, Chartier, que nos ensina que a “[...] tipologia dos vários modelos de relação com a escrita que se sucederam a partir da Idade Média [...] deu lugar a uma ampla diversificação das práticas de leitura nas sociedades contemporâneas” [14]. Assim que, a partir do século XVIII, a liberdade das práticas de leitura se afirma e se expande: a leitura ocorre em plena natureza, de pé, ou deitado na cama, andando, por exemplo  o que importa é que não é mais só uma leitura de gabinete. Ao alcançar o jornal uma distribuição numerosa e formato maior, a atitude ‘livre’ também vem à tona, atitude de levá-lo para qualquer lugar, dobrá-lo, amassá-lo, rasgá-lo, emprestá-lo ao leitor próximo e, até mesmo, ler só a parte que interessa. Dependendo da faixa etária, da escolaridade, da classe social, da profissão, da religião, do lugar onde habita, enfim, de um conjunto mesmo de fatores, inclusive do horizonte de expectativa do(s) leitor(es), a prática de leitura é singular, porque variável. É o que analisamos em Ponte do Galo, contudo sem esquecer de que se trata de um universo particular da ficção, do qual podemos concluir verossimilhanças, apenas, dados que só coincidem com a realidade em vista do que Umberto Eco denominou de “acordo ficcional” [15] , como bem o esclareceu este autor:

A norma básica para se lidar com uma obra de ficção é a seguinte: o leitor precisa aceitar tacitamente um acordo ficcional, que Coleridge chamou de “suspensão de descrença”. O leitor tem de saber que o que está sendo narrado é uma história imaginária, mas nem por isso deve pensar que o escritor está contando mentiras. De acordo com John Searle, o autor simplesmente finge dizer a verdade. Aceitamos o acordo ficcional e fingimos que o que é narrado de fato aconteceu.


2. Ponte do Galo: leitores e leituras
 
            Em nossos estudos, observamos que atuam em Ponte do Galo uma grande quantidade de leitores, e verificamos também a variedade das práticas de leitura destes. É cabível salientar, ainda, que muito pouco material para pesquisa pudemos encontrar sobre o romance estudado. Na verdade, uma minúscula resenha de jornal intitulada “Uma ponte simples” [16], sem grande relevância em suas parcas e errôneas informações, e uma conferência do professor Ernani Chaves (com quem não pudemos ter contato, infelizmente), denominada de Ponte do Galo: a cidade como labirinto do desejo, II Ciclo de Conferências: Dalcídio Jurandir (Belém – UNAMA), 25 a 29 de junho de 2001 [17]. Vale dizer, também, que nada fácil foi encontrar a obra a ser estudada, uma vez que não foi nunca reeditada, fato que ocorreu igualmente com os cinco últimos romances do ciclo: Primeira manhã (1967), Ponte do Galo (1971), Chão dos lobos (1976), Os habitantes (1976) e Ribanceira (1978). Os cinco primeiros foram editados, no mínimo, duas vezes: Chove nos campos de Cachoeira (1941, 1976, 1991, 1996, 1988), Marajó (1947, 1978, 1992), Três casas e um rio (1979, 1994), Belém do Grão Pará (1960, ed. Portuguesa de 197_, 2004) e Passagem dos Inocentes (1963, 1984). Mas, comecemos, finalmente, nossa doce tarefa, a de mapear leitores e leituras, a partir de excertos enumerados (no início, e com a indicação das páginas, no fim), a seguir:

(1) Alfredo folheou a encadernação dos números de “A Gazetinha” [18], que só saía quando Deus queria ou o paludismo [...] (p. 7)
(2) Fechou aquela espécie de catálogo do pai. O pai relia os jornais pensando naqueles que deixou de fazer e imaginava [...] (p. 7)
(3) Me fartei da cidade [...] Aqui neste pedaço de jornal, como se recortado de propósito [...] (9)
(4) Aqui entrou o pastor de Luciana, trazido pelo Salu. Aqui abriu o livro, Dadá ouvia [...] (19)
(5) Nem Rodolfo, na varanda, compondo a chapa para os novos talões da Intendência, ou para o “Cachoeira Nova” [...] (21)
(6) O pastor, fechando a Escritura, via descerem do cabelo solto os caranguejos da Tentação [...] (21)
(7)  Os fascículos, seu Salu?
Não lia mais, ficando sem vista, cega a curiosidade e o paladar por livro. O ler? Fadiga, lhe dava, e um doer de cabeça, só no abrir o livro, dormia. [...]
 Ler já se foi o tempo. Leitura, agora, cupim quem faz.
− Também o Carlos Magno[19]?
− Esse um dia anoiteceu, não amanheceu. Bartolomeu vendeu, ou levou. Só deixou a figura do Imperador. Preguei ali na prateleira. Mas o tempo tudo come.
Mostrou o Manuscrito Materno [20], roído a maior parte. (23)
(8) As garrafas de vinagre, com os rótulos do Major, dormindo na prateleira. (25)
(9) Salu espalmou a mão, suspirando. Voou de cima do balcão uma folha do Júlio Verne. [...] o pouco que vende, de se embrulhar, embrulha nas folhas da “Rainha e Mendiga” [21]. (26)
(10) D. Violante parava a máquina ou já lia os jornais? (27)
(11) Ao peso daquela corcunda, o aluno abriu o Francês Sem Mestre[22]. (30)
(12) Do peixe, ou da água, nasceu o homem, dizia um antigo lá do longe tempo e agora o livro, folheado ao acaso na estante do pai. Na estante do pai, encadernações, feitas pelo Eutanázio, sobre a origem do homem, os “enigmas da natureza” e quem foi Psiche, o esperavam.  [...] Com que pressa queria o aluno passar para as últimas páginas do Francês sem mestre, grossa edição portuguesa, onde o esperavam os poetas, principalmente “O Lago” [23], de Lamartine. (31)
(13) O pai, na rede, fecha o catálogo, dá de ombro [...] (37)
(14) [...] “A Gazetinha” que mudou o nome, é “Cachoeira Nova”, para dar assim a prova de que Cachoeira ia progredindo.
Em vez do artigo de fundo, o soneto, entre vinhetas, do Padre Antônio Tomás[24] com a chave de ouro: “Dentro do peito o coração soluça!” [...]
Passa na D. Violante, esta, com o maço dos jornais de Belém na mão, provoca: Melhorando a cidade, Rodolfo? Melhorando? (42)
(15) Alfredo chegava no mês em que faltava papel e o “Cachoeira Nova” não saía. (43)
(16) Em Rodolfo, que quer firmar-se, pelo jornal, na sociedade de onde, pelo montepio extinto, foi excluído, se notava uma surda exasperação. (44)
(17) − Mas, e se eu ir, e o jornal? E tipógrafo, em Cachoeira, quem mais a não ser teu pai? [...] Voltava aos tipos, à “Cachoeira Nova” esperando papel, à sua exasperação surda. (45)
(18) − Mamãe, e as minhas cartas? Que disse o papai? (50)
(19) Abelhudou pela estante: “Provocações e Debates”[25], “Como Fiquei Rico Criando Galinhas”[26], “Cristo nunca existiu”[27]. Remexe, remexe, apanha as caixas de charutos onde se amontoava velha correspondência do pai, recortes de campanha eleitoral, postais, um bico velho de tucano, remexe os fundos da estante, apalpa um catálogo, ou álbum, com as folhas soltas, reproduções fotográficas e abre à luz do candeeiro: nus. [...] Estavam nítidos sob o pó e papel de seda. Soprou o pó devagarinho, exalavam uma época, quando? Sem data. “Paris”, leu, cochichou. Paris. [...] Escondeu o álbum atrás da “Vida de Santa Rita de Cácia [SIC!]” (52-53)
(20) Mamãe, o seu Salu já não lê. Pra ele, os livros já morreram. (53)
(21) Ou descalço, calça no rendengue, lia alto o “Amor de Perdição”. (53)
(22) [...] um poeta na “Folha” tão que caçoava das mulheres grevistas [...] (75)
(23) Pôs-se a falar do careca, velho doutor da cidade, de repente pegado para lecionar Português, a dizer, bonachão, tal qual ladainha: “Depois de procelosa tempestade/ Noturna sombra e sibilante vento/ Traz a manhã serena claridade/ Esperança de paz e salvamento.” [28]/ − A oração principal, sus! (94)
(24) [...] Monsenhor falou para toda a sala ouvir: É. Este leu o compêndio. [...] − O tal livro que eu não tinha, que nunca li,vi mais gordo, nunca estudei [...] (95)
(25) − Uma vez, na Agência Martins, na cidade, mamãe, vi a capa da “Cena Muda” [29], trazia o retrato do artista do Furacão, a fita em série do Odeon[30]. (98)
(26) − Dos cinco mil-réis que escondeste no livro “Primo Basílio”, do teu pai, te lembras? (110)
(27) [...] no Teatro da Paz, O Guarani, vi, ouvi, teu pai me levava, uma vez já grávida de ti. [...] Teu pai [...] quando está pra não falar de catálogo e cometa, fala dum Paganini. (113)
(28) Sabe que acabei de tomar uma assinatura do “Diário Oficial”? Agora o meu ler é o “Diário Oficial e “Vida doméstica”[31]. [...] Já leu? O Conde do Monte Cristo? Se não, lhe empresto o meu, está que é um bacalhau mas ainda dá um caldo. (122)
(29) Do melado grosso, o Major só provou. E sumiu-se na rede, lendo Flamarion. Certa hora, se levantou numa súbita indignação contra o barulho dos ratos, tira da estante o “Cristo Nunca Existiu” e foi ler alto umas das passagens para D. Amélia. (140)

            (Nesta enumeração de excertos, temos consciência de que apresentamos apenas uma panorâmica, não uma visão microscópica da narrativa Ponte do Galo, sem a ambição pretensiosa de exauri-la no aspecto estudado, mas procurando, o máximo possível, a coerência com os estudiosos mencionados neste artigo, a nos dar o suporte necessário.)
            É evidente que os exemplos arrolados podem, e devem, se imbricar em categorias diferentes nas classificações aqui já citadas. E Dalcídio certamente trata o leitor com benevolência, tornando-os personagens mais livres das atribulações cotidianas e das banalidades, por meio de suas práticas de leitura. Deles, o leitor que logo chama a atenção é o Major Alberto (excertos 2, 12, 13, etc.) que seria um tipo de leitor moderno e disperso, ao mesmo tempo, “[...] leitor de várias letras e também de catálogos [...]”, palavras da Prof. Drª. Marli Furtado [32]. Assim como fazia leituras de clássicos, interessava-se, por exemplo, pela leitura de jornais e revistas. Outro que se destaca é “[...] Salu (excertos 7 e 9), grande leitor de folhetins.” [33], mas que seria em alguns aspectos considerado, segundo Piglia, um leitor doente, ou mesmo o outro do leitor, o que não lê mais, a vista não deixa, pois dorme logo, já que, segundo Alfredo, os livros morreram para Salu. Se por um lado, Alfredo (1, 3, 12, 18, etc.), por não ler o compêndio, seria o outro do leitor, também, um leitor moderno, pela variedade de suas leituras, de revistas de cinema a clássicos, a jornais. É interessante observar que D. Violante (10,14) é leitora de jornais, e D. Brasiliana (28) lê o Diário Oficial, além de ler O conde de Monte Cristo. A intenção é mostrar um quadro, como já dito, não deve ser uma análise exaustiva.
             Em termos de leitura em sentido amplo, semiótico mesmo, temos referências a ilustrações, rótulos, postais, reproduções fotográficas, à ópera O guarani, de Carlos Gomes (como releitura do romance homônimo de José de Alencar) e ao compositor italiano Paganini. A prática da leitura oral aparece em algumas situações (4, 21, 23, 29), envolvendo o Major, Alfredo, o pastor e o professor. As leituras ora se referem a autores portugueses (Camilo e Eça), ou a franceses (Dumas, Lamartine). Os leitores são de ocupações variadíssimas, como de aluno, de secretário da intendência, tipógrafo, professor, pastor, etc. Os locais podem muito bem ser a sala de aula, a rede, a livraria. Os suportes textuais podem ser livros, revistas, jornais, catálogos, cartas, postais, fotos, etc. As obras que aparecem referidas no romance, criando uma teia dialógica com uma gama variada de autores, podem ainda ser analisadas como literárias e não-literárias. Destas, ainda podemos mencionar a prosa (Eça, por exemplo) e a poesia (Camões, Lamartine). As funções da leitura podem ser para se aprender, para se distrair, para sentir prazer, para contestar, etc. Enfim, em decorrência da riqueza que Ponte do Galo pode proporcionar ao pesquisador, em termos de abordagem do tema do leitor e das práticas de leitura, muito nos deixa admirado o apagamento sofrido por esta obra, que precisa com urgência, assim como outras de Dalcídio Jurandir, ser reeditada.
            É importante ressaltar que toda e qualquer passagem extraída do romance conservou sua escrita original. Procuramos trabalhar com fidelidade e respeito a esse tão importante e, paradoxalmente, injustiçado romancista, da Amazônia, sim, mas também do Brasil e do mundo.

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Referências eletrônicas

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[1] Mestrando em Estudos Literários pela Universidade Federal do Pará.
[2] MUSSA, Alberto. “Decálogo do leitor”. EntreLivros, São Paulo, n° 27, pp. 48-9, jul. 2007.
[3] NUNES, Benedito; PEREIRA, Ruy & PEREIRA, Soraia Redon (orgs.).  Dalcídio Jurandir: romancista da Amazônia. Belém: Secult Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa/ Instituto Dalcídio Jurandir, 2006.
[4] FURTADO, 2002: p. 24, nota 22 da p. 25 (SIC!) e JURANDIR, Dalcídio. Chove nos campos de Cachoeira. Belém: Cejup/Secult, 1997 p. 22.
[5] Vide: CASTELO BRANCO, 2004: p. 108 e JURANDIR, Dalcídio. Op. cit., p.41.
[6] Artigo “O leitor moderno no Brasil”. In: SÜSSEKIND & DIAS, s.d. 549-61.
[7] “O que é o leitor?” In: PIGLIA, Ricardo. O último leitor. São Paulo: Companhia das letras. 2006. p. 24.
[8]  Idem. Tipos encontrados de modo evidente ou deduzidos do contexto estão distribuídos em todo texto referido na nota anterior.
[9] Idem, p. 30.
[10] Adaptação de uma aula da disciplina Literatura e Recepção, da Prof. Drª. Germana Sales.
[11] PIGLIA, idem, p. 33.
[12] “As revoluções da leitura no Ocidente”. In: ABREU, Márcia. Leitura, História e História da Leitura. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003. p. 19-31.
[13] Idem, p. 25.
[14] Idem, p. 26.
[15] “Bosques possíveis”. In: ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. 8. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p.81. 
[16] Vide referência da nota nº 3, p. 137.
[17] Idem, p. 261.
[18]  Provavelmente, um jornal local imaginário, assim como seu substituto, o “Cachoeira Nova.
[19] Imperador do Sacro Império Romano (coroado em 25 de Dezembro do ano 800), restaurando assim o antigo Império Romano do Ocidente, segundo http://pt.wikipedia.org/wiki   (acesso em 02/08/2007).
[20]  De autoria do próprio personagem, Salu.
[21]  Trata-se de título de António Contreras: é A vida de Santa Isabel da Hungria, romance histórico, séc. XX, sem data precisa: www.sebopapirus.com.br  (acesso em 02/08/2007).
[22]  Livro didático da época do ginásio na década de 20 do séc. XX.
[24] RAMOS, Dinorá Tomaz. Padre Antônio Tomaz Príncipe dos Poetas Cearenses. Fortaleza: Tipografia Paulina Editora, 1950. p. 14.
[25] Obra de Sílvio Romero, de 1910. Vide http://pt.wikipedia.org/wiki , digitando em ‘pesquisar’
[26] Revista agrícola da década de 20 do séc. XX. Vide p. 60 de STANISLAVSKI, Cleila de Fátima Siqueira.
[27] Pudemos identificar o autor: chama-se La Segesse. 
[28] Trata-se de passagem de Os lusíadas, canto quarto, 1ª estrofe, de Camões.
[29]Revista de cinema, bem prolífera nas décadas de 20, 30, 40 e 50 do séc. XX. Pesquisar em        www.aenotícias.pr.gov.br/
[30] Cinema da época.
[31] Revista da década de 20, séc. XX.
[32] Op. cit., p. 63.
[33] Op. cit., p. 19.