Não pude perceber lá fora
a noite de carbono descer
em seu peso e pouso manso
e leve ruflar de asas silentes...
Pois aqui dentro, nada posso
notar do que se dissimula
sob o céu de altas estrelas
em ato sublime e cintilante
de vigiarem todas as trilhas
por esta afável Ilha a fora.
A umidade cai serenamente
sobre folhas e floresta inteira,
sobre a pelica fria e imóvel
da cobreada horizontalidade
das doces águas dos igarapés;
sobre o limo destes telhados,
não só sobre a Bucólica Ilha,
não só sobre toda a Amazônia,
mas também sobre toda a Terra.
É... a noite toma conta de tudo...
E eu insulado, no interior fechado
aqui deste meu caroço de tucumã,
sou um encantado, apenas esboço
de uma lenda em que o ostracismo
é um dos emblemas mais notórios.
A noite, a Grande Noite Lá Fora,
é bem maior e mais opressora ainda
no interior deste circunspecto peito.
Tal treva infinita é a noite universal.
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