(Praça Cipriano Santos, chamada de Matriz, década de 1960)
Fonte: PENTEADO, Antonio Rocha. Belém – estudo de Geografia Urbana. Belém: UFPA, 1968, p. 385, v 1.
A vítrea garrafa,em vez da cachaça,
Vomitou-me umas doses de remorso.
Mesmo assim as bebi – só de pirraça!
Ao meu redor, meditam em seu ócio,
Soturnas sombras nesta bela praça.
Pessimistamente, descansam meus ossos
Doídos, carcomidos pela traça
Do álcool e do fumo. São destroços
De minhalma, da verdade entediada.
Estas mangueiras, estes companheiros,
Esta cachaça, esta lua no céu
(Pairando triste nesta madrugada),
São fiéis testemunhos derradeiros
Do fim da linha diluída em fel…
PS: na última postagem feita por mim, fiz referência direta à praça Cipriano Santos. Neste momento, o poema diretamente ligado a esta praça serve, também, de pretexto para eu postar essa imagem dela, na década de sessenta. Salvo engano, é inédita na Internet. Devemos agradecer ao autor do livro, Antonio Rocha Penteado. Obrigado mesmo!
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