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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pedaladas na Ilha

Fôlego
Falecendo
neste pedal girando:
força, for-ça, f-o-r-ç-a...
O asfalto, como esteira rolante,
escapulindo para trás...
O tempo na frente
diante de meus olhos,
e o pneu dianteiro
bebendo a distância,
encurtando o futuro
― ali, quase a fugir da tentativa
de apanhá-lo com as mãos
(apesar de estarem
seguras
no guidom) ―
...
O vento inunda os olhos
de cores, a endoidecer a razão,
no fluxo contínuo das pedaladas:
trôpegos passos de pé redondo,
levitando sobre o solo esburacado da Ilha
― em direção à praia à luz ao sonho ao arco-íris... ―,
em busca de uma bateia mágica
garimpar num veio etéreo
todas as minhas líquidas utopias
que subjazem latentes, mas não se desfazem,
emergindo, mesmo que volatilmente,
e me arrastando até a linha do horizonte,
onde, por fim, descansarei...


(Em homenagem a todos os "pés redondos" mosqueirenses, aqueles que optam por um transporte saudável e limpo)

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