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domingo, 21 de março de 2010

Um certo Mário... em uma certa praia

Aqui, nesta calçada,
defronte deste caramanchão,
próximo ao chalé Porto Franco ― desde a Belle Époque
mirando a Baía de Marajó ―,
sem chapéu na cabeça,
na mão, ou virado no chão,
contemplo um tempo
que não vi(vi):
vejo ali na areia
e após na água da praia,
(a banhar-se),
a alegria descontraída
de Mário de Andrade
― é maio de 1927 ―,
entregue às ondas
destas águas do Chapéu-Virado,
neste tempo que não
vi(vi),
mas que perco-ri
na transcendência das entrelinhas imaginárias
deste poema
que agora escrevi(vi).


(Muita gente desconhece o fato de que Mário de Andrade, quando esteve pesquisando aqui na Amazônia as fontes que o levariam à elaboração de seu notável romance Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, também esteve em Mosqueiro, onde tomou banho de praia, no Chapéu-Virado, em maio de 1927.)Segue, abaixo, uma foto de Mário, no Chapéu-Virado, "capturada" do Blog do Haroldo Baleixo:

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