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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Topografias poéticas

Eu na frente da casa do poeta Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), na cidade histórica de Mariana, Minas Gerais:
Foto clicada por Helen Campinas (minha esposa)

Para quem desconhece o poeta, segue uma biografia dele, extraída da Wikipédia:

Alphonsus de Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães (Ouro Pretode julho de 1870 – Mariana,15 de julho de 1921) foi um escritor brasileiro.
A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que explora o sentido da morte, do amorimpossível, da solidão e da inadaptação ao mundo.
Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina, que é considerada um anjo, ou um ser celestial. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente neo-romântico e simbolista.
Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Traduziu também poetas como Stephane Mallarmé, em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".
Sua poesia é quase toda voltada para o tema da Morte da Mulher amada.
Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior (terminado em sete sílabas métricas).
Disponíveis (texto e imagem) em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alphonsus_de_Guimaraens. Acesso em 04 jul. 2016.
Um belo poema de Alphonsus de Guimaraens:

Ismália


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



Poema disponível em http://www.releituras.com/alphonsus_ismalia.asp. Acesso em: 04 jul. 2016.




Outro belo exemplar da poesia de Alphonsus:

                                                       As estâncias

                              - O amor tem vozes misteriosas
                              No coração implume...
                              - Como são cheirosas as primeiras rosas,
                              E os primeiros beijos como têm perfume!

                              - O amor tem prantos de abandono
                              No coração que morre...
                              - As folhas tombam quando vem o outono,
                              E ninguém as socorre!

                              - O amor tem noites, noites inteiras,
                              De agonias e de letargos...
                              - Que tristeza têm as rosas derradeiras,
                              E os últimos beijos como são amargos! 




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