Cumpro, todas as noites,
Este carma, esta ‘mardição’...
Sobrevoo ruas, casas, prédios...
O cemitério passa lá embaixo,
A igreja já ficou para trás,
Junto com a praça,
O cinema, o mercado,
O trapiche e a praia...
Sei que o Caruaru é o meu destino...
Avanço rumo aos igarapés...
Tudo é soturnidade!...
Por quê? Por que desta sina?
Que fiz eu? Que mal cometi?
Contra quem? Quem sou eu?
Que metamorfose é esta?!...
Chegam as matas, o frio vem,
Trazido do manguezal e das águas...
Do meu propósito me aproximo...
O mundo é triste, lá embaixo.
Aqui, a coisa não é melhor...
Nem vivalma vejo, só névoa:
Ninguém para assustar ou surrar.
Passa o Tamanduaquara, passa;
Passa o rio Murubira, passa;
Sigo o Pratiquara adentro...
Lá no Caruaru pousarei:
Quero ver a filmagem.
Dizem, dizem por aí: o tal filme,
Este que está sendo feito agora,
Dizem, é sobre mim...
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