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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Embora desnecessária, uma defesa

Não é necessária uma leitura tão complexa, como a que nasceria pelo viés da Análise do Discurso, para percebermos que algo incongruente contamina o texto “O bom ditador”, publicado pelo jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto em seu Jornal Pessoal de agosto de 2010, 2ª quinzena. No título – um intertexto com o “bom ladrão”, aquele que no texto bíblico foi crucificado à direita de Jesus, o Nazareno –, o autor sugere que Lula é um ditador porque vai eleger quem lhe sucederá. Fazendo uma analogia com o processo eleitoral estadunidense, será que alguém chamou Bill Clinton de “ditador” por que tentou eleger Al Gore seu sucessor? Ou mesmo o implacável, odioso e belicista George Bush, que indicou o senador John McCain como seu sucessor à Casa Branca (no caso de ser eleito), quem o chamou de ditador? E, no plano nacional, o que dizer de Fernando Henrique Cardoso, que forçou a barra para alterar a legislação eleitoral, reelegendo-se presidente e, a posteriori, tentando também eleger seu sucessor, o mesmo José Serra, atual adversário de Dilma Roussef? E no plano estadual, quem tachou Almir Gabriel de ditador, bom ou mal, infligindo ao povo paraense 12 anos de pessedebismo? Mas, agora, como se trata de Lula, do PT, é tentativa de erigir um regime fascista! Muito me admira também a tamanha absurdidade, em relação a Lula, de afirmações do tipo “morde e assopra”, vindas à luz no texto do respeitado jornalista, mais ao estilo “tipo assim”... Paulo Francis. O Lula pintado por Pinto semelha uma obra do surrealista Salvador Dalí, com o diferencial de que aquele buscava o ilógico e quimérico propositadamente. Resta-nos concluir que, quanto ao Luís Inácio parido pelo texto de Pinto, este seria o que o Dicionário Eletrônico Michaelis-UOL diz que é: “qui.me.ra s. f. 1. Monstro da mitologia grega, com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de dragão. 2. Criação absurda da imaginação; fantasia, utopia, sonho. 3. Coisa impossível, irrealizável; absurdo.”
Quimera
Lula

Porém, a quimera, como todos vêem, é diferente do “bom brasileiro” (e torneiro mecânico) Lula (redução de Luís, apelido que nada tem a ver com o animal, o molusco), um cidadão do povo.

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