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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A uma pastora

Qual um pastor arcádico
alimenta o sentimento da terra,
no ato de apascentar o rebanho
na solidez maleável
da verde pradaria,

e no ato de aspirar o puro ar
na concretude pedregosa da montanha,
aliando a isso
ritmar palavras amorosas
à doce pastora sua,
murmurando-as ao seu ouvido,

nascidas elas da transparência
um tanto lacustre
das águas dos ribeirões,
espelhando a fugacidade
diáfana das nuvens lá no céu,

Sim, qual esse pastor,
também eu
― não tão bem como o Poeta Pablo Neruda ―


desenhei estas palavras,
na esperança de também
despertar minha pastora

― de seu sono macio ―

com este poemeto que,
quisera, tivesse a ternura leve



de um beijo cálido.

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