desaba
sobre os telhados,
sob os quais fluem
jatos-goteiras
, liquefazendo aquela imagem
--já difusa -- da paisagem
memorável:
uma estampa,
um postal,
conjunto da estrada
líquida
cobreada do Pratiquara
com suas margens
inundadas
de mangueiros e siriúbas...
Um lápis
mental
vai derrapando
o grafite
em linhas de meio-tom
por este curso d’água
reconstruindo
uma bela paisagem de palavras
-- estas deste poemeto –,
onde a utopia traz
pelos olhos
que
decodificam os signos
deste grande bem perdido
em degradas
águas
turvas
a cortar, serpenteando,
um solo pobre
e desmatado.
A paisagem de letras
-- em imagem difusa,
não esqueçamos –
põe
de volta no céu coloridas aves e,
no rio,
lépidos peixes.
Põe também
a musa
nesta
canoa
que piloto;
põe em nossas mãos
taças de vinho,
nos
meus lábios
os doces beijos dela,
a ambrosia
há muito desejada...
o céu azul em pleno
inverno
amazônico,
põe,
enfim
-- o poeta grafitando nesta página --,
Sim, põe
o caos
em grande
harmonia
(nesta bela paisagem de palavras).
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