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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Ilha de Mosqueiro em textos, fatos e fotos (parte I), do Blog Fragmentos de Belém

        Disponível em: http://fragmentosdebelem.tumblr.com/search/mosqueiro/page/2. Acesso em: 17 nov. 2016

Fragmentos de Belém: uma antologia da cidade

Mosqueiro

           
“A ilha do Mosqueiro é a estação balneária preferida pelos paraenses. As suas alvas e imensas praias, que se estendem como maravilhoso tendal de areia finíssima por toda frente da vila, repletam-se ordinariamente de banhistas de todas as classes sociais, Apesar de que, fora da praia a característica social volta a imperar com seus hábitos e âmbito.
As praias do Areião, do Bispo e Grande, são pontos de convergência dos moradores da vila. Os do outro bairro [Chapéu Virado] servem-se das praias do Farol, Chapéu Virado, Murubira e Ariramba, incontestavelmente melhores que as três primeiras.
O serviço de comunicação entre os dois distritos [Vila e Chapéu Virado] é feito por auto-ônibus que obedecem a um horário conveniente aos interesses gerais. Nos domingos e feriados há igualmente, viagens da vila para as praias.
Possui: agências postal e telegráfica (Amazon Telegraph, sub-fluvial); mercado público; postos fiscais da Recebedoria, Aduana e Prefeitura; Usina elétrica; hotéis e pensões; belos largos ajardinados; matadouro; usina de beneficiamento de borracha e vários clubes recreativos e desportivos. É iluminada a energia elétrica.
           
Possuiu, antigamente, um serviço de ferro carril e de bondes de tração animal. A comunicação da ilha com Belém é feita diariamente por um navio da SNAPP, saindo de Belém, nos dias comuns, às 16:30 horas, para regressar às 6 horas da manhã seguinte. Nos domingos e feriados sai o navio de Belém às 6:30 horas, regressando às 17:30. Nas vésperas desses dias, há viagens extraordinárias às 10, com regresso às 13 horas, isto nos meses de junho a dezembro; e fora dessa época, às 17 horas, de Belém para Mosqueiro.
É tradicional e muito concorrido o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que se efetua na vila, no mês de dezembro.
           
Há festa profana no largo da Matriz, que se prolonga por 7 dias, seguindo-se a da padroeira da localidade, Nossa Senhora do Ó, também com duração de uma semana.
O mercado público abastece a população de excelente pescado fresco e carne bovina e suína, afora mariscos em considerável quantidade.
O clima é bom. No mês de junho, quando a ilha se enche de veranistas, são bem concorridos os festejos joaninos, Grupos de bois-bumbás percorrem as ruas, com os seus trajos característicos e as suas músicas evocativas”.
Ernesto Cruz - Belém. Aspectos geo-sociais do município, volume I (1945)

FotosHaroldo Baleixe; Acervo

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