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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Ilha de Mosqueiro em textos, fatos e fotos (parte II), do Blog Fragmentos de Belém

Disponível em:http://fragmentosdebelem.tumblr.com/search/mosqueiro. Acesso em: 17 nov. 2016.

Fragmentos de Belém: uma antologia da cidade





Mosqueiro, d. 1960 / Revista Belém 350 anos (1966)
Mosqueiro. A praia do Mosqueiro, em frente a Belém, na baía de Guajará, com triplo acesso - fluvial, terrestre e aéreo - é um dos mais belos recantos de veraneio do norte. O Netuno Yating Club, completa-lhe o encanto, atraindo a nata social belenense para o encontro dos fins de semana e das férias anuais”.

  • Revista Belém 350 anos (1966)
Netuno Iate Clube, d. 1960 / Acervo Ignácio Neto
“Localização privilegiada no Netuno Iate Clube na Ilha do Mosqueiro, no Farol, bem junto do Edifício Katolé. A dois passos das praias do Farol e Chapéu Virado, servido por rodovia asfaltada, com excelente parque de estacionamento.
Assim será o Netuno Iate Clube, o maior clube náutico social do norte: 
  • Ponte para atracação dos barcos; 
  • Sede Social: subsolo com garagem de barcos - Copa, Cozinha e Vestiários. 1º Andar:Restaurante, salões de festa, boite, palco e bar. 2º Andar: Secretaria, salões para jogos, terrace coberto, sala de estar, bar e copa;
  •  Área externa: piscina semi-olímpica, piscina infantil, bar da piscina, quadras de voleibol, basquetebol, futebol de salão, tênis e parque infantil - Churrasqueira, vestiário da piscina, casa do zelador
Mosqueiro, Porto Arthur, d. 1900 > Edição Courrier
“Chalet Porto Arthur, construído no início do século XX pelo comerciante Arthur Teixeira, antigo apaixonado pela ilha, que nela edificou capela, mercado, cinema, entre outros melhoramentos. A...
Mosqueiro, Porto Arthur, d. 1900 > Edição Courrier
“Chalet Porto Arthur, construído no início do século XX pelo comerciante Arthur Teixeira, antigo apaixonado pela ilha, que nela edificou capela, mercado, cinema, entre outros melhoramentos. A edificação, ainda hoje existente, ampliada e modificada em alguns detalhes construtivos, foi uma das primeiras a ser erguida na antiga Praia do Covão, parte da orla que posteriormente recebeu a denominação de ‘Porto Arhur’, em homenagem ao grande benfeitor de Mosqueiro”.
Belém da Saudade (2014)
Hotel Chapéu Virado, Mosqueiro, c. 1960 / Ilha de Mosqueiro
“1953 - No Mosqueiro de antigamente (…) depois da ponte o ponto alto era reunião de todos os veranistas à noite, na terrace do Hotel do Chapéu Virado ou mais conhecido Hotel do Russo. Três fatos faziam com que fosse grande a convergência das família nesse local.
Primeiro a não existência da TV que transformou a sociedade em aldeia tribal ou global.
Segundo, nenhum dos veranistas possuía automóvel. Somente os primeiro chegaram á ilha já por volta da década de 60, quando da entrada na rota de Belém-Mosqueiro, o poderoso Cisne Branco, que recebeu o nome de Presidente Vargas e transportava três carros de cada vez. Sob o comando do ilustre Capitão José Hossana da Fonseca.
Terceiro, eram poucas as famílias que possuíam casa na ilha e muitas hospedavam-se nos dois hotéis lá existentes pelo das diárias serem acessíveis”.
As incríveis memórias dos Farahzinhos, Livro 2 (1992)
Mosqueiro, trapiche, c. 1960 / Ilha de Mosqueiro
“Alheio à pressa e aos interesses do viajante, o velho ‘Almirante Alexandrino’ não se afobava: desatracava do cais de Belém (Mosqueiro-Soure), à tarde e, conduzindo nas férias, centenas de veranistas a cada viagem; retornava à capital no dia seguinte, deixando a vila ás primeiras horas da manhã.
Uma festa a chegada do 'Almirante Alexandrino’ à vila, festa que se repetia diariamente, concentrando uma verdadeira multidão quer  formava alas à entrada da ponte para receber os amigos, corujar apenas os que chegavam, criticar trajes e penteados, vaiar até se razão houvesse. Famílias inteiras se deslocavam-se do Chapéu Virado, de Ariramba, Murubira, para a vila tão logo se fizesse ouvir ao longe o melancólico apito do 'Alexandrino’.
Naquele tempo, senhores, asfaltadas não eram as estradas ou ruas do Mosqueiro. Levantando ondas de poeira ou espalhando lama para todos os lados por elas transitavam apenas desengonçados ônibus da Prefeitura, de maus cômodos e suspeitos motores, ligando a vila às diversas praias (…)”
As incríveis memórias dos Farahzinhos, Livro 2 (1992)
Michel Foucault e Benedito Nunes na praia do Marahú, c. 1970 / O amigo Bené fazedor de rumos (2011)
“O Foucault… Tudo começou com um conhecimento muito rápido. Ele apareceu e ficou na casa do Machado Coelho, na Praça da República (…) Fui lá e...

Michel Foucault e Benedito Nunes na praia do Marahú, c. 1970 / O amigo Bené fazedor de rumos (2011)
“O Foucault… Tudo começou com um conhecimento muito rápido. Ele apareceu e ficou na casa do Machado Coelho, na Praça da República (…) Fui lá e perguntei se ele não queria fazer uma palestra na Universidade [Federal do Pará]. Ele me disse: ‘agora não, estou de férias, vou para o Marajó, mas ano que vem eu posso fazer’. 
(…) No ano seguinte, o agente consular da França me telefonou dizendo que o Foucault estava vindo fazer a tal palestra que ele prometeu. Ele ficou hospedado no Hotel Grão-Pará e durante uma semana ele fez essas palestras. Naquela época era o regime militar ainda e, justamente para que as conferências fossem proveitosas, eu peguei a turma da Filosofia e fiz uma série de exposições sobre Foucault, sobre 'As palavras e as coisas’ e outros trabalhos (…)”
Benedito Nunes. InBoletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas, vol. 6, n. 2 (maio-agosto/2011)
1. Embarque em Mosqueiro para Belém | 2. Praça da Igreja Matriz | 3. Trapiche de desembarque em Mosqueiro / Belém, estudo da geografia urbana - Antonio Rocha Penteado (1965)
“Os que se destinam ao Chapéu Virado, ao Murubira, ao Ariramba, ao Carananduba, disputam os melhores lugares [no ônibus]. Os carros não são maus e as estradas estão bem conservadas. O percursos é feito mais ou menos com rapidez. O tempo que se perde é nos desembarques. Os veranistas vão ficando e com eles o motivo da demora: malas, sacos, ranchos de mercadorias. Paga-se ao próprio motorista, no momento de apear. Todos os choferes e ônibus são chamados ‘Mascarenhas’.
Os carros descem para a Vila às 5 [da manhã]. O primeiro é das compras. Foi nele que tomamos passagem. Antes de chegar ao hotel do Farol, já estava quase lotado. Mas aí se deteve. O chofer buzinava várias vezes. Temos de assistir a uma cena curiosa e comum no interior. O carro continuava parado e a buzinar. Um serviçal vem do hotel e deposita um pequeno volume ao ônibus. O cinesíforo fala:
Diga ao dr. que não demore, tenho um frete a fazer. Todos os dias é isto. Ainda se fosse algumas vezes…
O sr. nada. A buzina funciona. Os passageiros pacientemente aguardam que o carro prossiga a viagem. O chofer resolve ir em busca do dr. e deixa o veículo. Daí a pouco volta.
Acordou agora.
Finalmente o dr. chegou. Ninguém reclama. Perdêramos 10 ou 15 minutos. O auto parte velozmente. Quase 6 horas. Uma brisa fresca eriça de leve a superfície das águas tranquilas. Seis e trinta. O  Almirante Alexandrino desatraca. Lenços se agitam”.
Crônica da Folha do Norte em 1947. In: Jornal Pessoal, 1ª Quinzena de Junho/2013
Mosqueiro, 1976 / Brasil Hoje n. 131 (1976)
“O Mosqueiro, ou, mais exatamente, as praias da Ilha do Mosqueiro, especialmente a do Farol, Chapéu-Virado e Ariramba, funcionam para Belém como o Guarujá para São Paulo, são elas frequentadas especialmente pelas classes mais privilegiadas da capital paraense, que, por ocasião das temperadas, se transformam no objetivo de inúmeras reportagens sociais dos jornais de Belém; já os menos abastados se consolam com a do Bispo ou, então, se dirigem para as praias de Icoaraci, desistindo da atropelada, trabalhosa e custosa viagem até o Mosqueiro”.
Belém, estudo da geografia urbana Vol. 2 - Antonio Rocha Penteado (1968)

Expresso “Beiradão” / Guia Turístico do Pará (c. 1970)
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Expresso “Beiradão” / Guia Turístico do Pará (c. 1970)

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