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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Dezembro a abril...


Quase tudo em redor
resume-se
a branco e cinza.

Aqui e ali
uma vela
(que o vento
pouco leva)...

O mar cor de prata
e pouco encrespado
parece refletir-se
ao olhar-se
no espelho do céu...

As gotículas
friazinhas
aos milhares
quase enregelam
e embranquecem
toda a atmosfera
,
até entre nós
                      ,
apenas aquecidos
por aquelas
doses de branquinha,
de mão em mão.

Assim era a Praia Grande
         --para nós--
de fim de dezembro a abril...
...e ainda o é,
               
nestes versos
               respingados de memória
traspassando-me como
sílabas úmidas...

A brisa
um pouquinho mais ligeira
perpassa
o próprio pensamento.
E o tira-gosto
é a bruma um tanto
translúcida,
quase transparência
no todo embaçado
                            deste panorama...


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